quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Alerta Vermelho Para Mulheres


Inspirado em campanha americana, programa da Sociedade Brasileira de Cardiologia busca a maior conscientização para salvar ainda mais vidas.

          Go Red For Women é uma campanha da AHA (American Heart Association) iniciada há 10 anos nos Estados Unidos, sempre na primeira sexta-feira de fevereiro, depois que em 2003 uma grande pesquisa patrocinada pela associação de cardiologia revelou que a doença cardíaca foi de longe, a causa número um de mortes de mulheres, e que foi maior nas mulheres do que nos homens. Para salvar vidas femininas e aumentar a conscientização sobre este grave problema, a AHA manteve esse programa.
             Conseguiram sucesso! Diminuíram em 34% o numero de mulheres que morrem por ataque cardíaco na América do Norte e foram salvas cerca de 330 mulheres por dia. Ainda assim, morrem 1100 mulheres por dia de doenças cardíacas evitáveis.
           A Sociedade Brasileira de Cardiologia incentivada pela AHA decidiu seguir a mesma estratégia preventiva e criou o "Alerta Vermelho", que buscará apoio de empresas brasileiras, para esse programa de prevenção da doença cardíaca na mulher, que entre nós leva á morte seis vezes mais que o câncer ginecológico. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia a cada 10 mortes por infarto no Brasil seis são do sexo feminino. Essa doença é responsável por cerca de 8,5 milhões de óbitos femininos, fato que coloca a enfermidade como a primeira causa de morte entre mulheres no mundo
           Relembrando, os fatores de risco das doenças cardíacas, os mesmos que os dos homens, porém mais letais por incrível que possa parecer: tabagismo, sedentarismo, hipertensão arterial, diabetes e colesterol elevado.
            Anderson Rodrigues, cardiologista do Laboratório Sabin, explica que a vida moderna e a inserção da mulher no mercado de trabalho podem ter contribuído para esse maior índice de mortalidade feminino. O acúmulo de responsabilidades fez com que elas se cuidassem menos. “Elas começaram a ficar mais estressadas, a fumar mais, tornaram-se sedentárias e com uma alimentação pior”, justifica. “Tudo isso gera obesidade, piora a glicemia e o colesterol, causa hipertensão arterial”, reconhece. O modo como o infarto se manifesta nelas também é diferente. De modo geral, a dor do lado esquerdo do peito e a dormência do braço esquerdo não acontecem em mulheres. Nelas, até uma dor de estômago pode ser o indício de que o coração está em apuros.
            As estatísticas brasileiras demonstraram que as mulheres tem mais AVC (derrame cerebral) fatal que os homens, têm mais complicações do infarto do miocárdio, as cirurgias cardíacas são mais difíceis, tecnicamente, que nos homens. O problema tem vários detalhes importantes e perigosos. O primeiro é que uma em cada cinco brasileiras corre o risco de sofrer um infarto do miocárdio ou um acidente vascular cerebral (AVC ou derrame). O segundo é que, se porventura algum desses problemas acontecer, ela pode nem se dar conta disso, graças aos sintomas discretos e imprecisos.
       Magaly Arrais, cirurgiã cardiovascular do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e do HCor (Hospital do Coração), explica que, tirando fatores de risco, como faixa etária e histórico familiar, todos os outros podem ser controlados.
          As mulheres, com toda razão, temem o câncer ginecológico e se previnem com toda energia e assim devem continuar, porém “não ligam” muito para a prevenção das doenças cardíacas. Geralmente, a hipertensão arterial é pouco valorizada, a diabetes é tratada com falhas gritantes logicamente não recomendadas, nunca acham tempo para fazer exercícios regulares, cuidam da família toda e esquecem de se cuidar.
         O programa Alerta Vermelho, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, vem em boa hora e será sem dúvida uma tarefa de todos, médicos, profissionais da saúde, e da sociedade como um todo, sem esquecer que a família deve ser a liderança nessa batalha para diminuir as mortes e sequelas das doenças cardíacas na mulher.

 Prof° Ms. Júlio César Azevedo.

 

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