sábado, 15 de fevereiro de 2014

Alerta para os Pais: Obesidade infantil cresce no Brasil

A obesidade infantil é, segundo a Organização Mundial de Saúde um dos problemas de Saúde Pública mais graves do século XIX, sobretudo nos chamados países em desenvolvimento. Em 2010, havia 42 milhões de crianças com sobrepeso em todo o mundo, das quais 35 milhões viviam em países em desenvolvimento.
A obesidade está relacionada a uma série de fatores como hábitos alimentares e falta de atividade física, além de fatores biológicos, comportamentais e psicológicos. Não se trata de um problema meramente estético. Além de frequentemente sofrerem "bullying" por parte dos colegas frequentemente, crianças obesas tendem a desenvolver vários problemas de saúde, como diabetes, doenças cardíacas e a má formação do esqueleto. O sobrepeso e a obesidade são o quinto fator principal de risco de disfunção no mundo. A cada ano, pelo menos 2,8 milhões de pessoas adultas morrem em consequência do sobrepeso ou da obesidade. 44% dos casos de diabetes, 23% dos casos de cardiopatias isquêmicas e de 7% a 41% dos casos de alguns tipos de câcer são atribuíveis ao sobrepeso e à obesidade.
              A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que somente no Brasil a obesidade avançou cerca de 240% nas últimas duas décadas. Já a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia indica que no país 6,7 milhões de crianças apresentam esse problema. Por outro lado a Sociedade Brasileira de Pediatria identifica que o índice de crianças obesas passou de 3% para 15% nos últimos 30 anos. Devido a esses dados alarmantes, a volta as aulas traz a preocupação com os hábitos alimentares de crianças durante o período escolar. Com isso dar-se a importância cada vez maior do professor de Educação Física, na escola.
               Segundo a Doutora na área de Obesidade, nutricionista Flavia Fellippe - diretora da Clínica Leve Flávia Felippe -, são inúmeras as causas que provocam a obesidade infantil, porém as duas que mais se destacam são: a grande oferta de alimentos hipercalóricos e o sedentarismo. As causas dessa epidemia são variadas e estão associadas a fatores orgânicos, genéticos, culturais, sociais, econômicos e psicológicos. Os principais são o excesso de ingestão de alimentos calóricos, o famoso sedentarismo (ausência de atividade física, que pode ser traduzida nas horas em demasia, transcorridas diante do computador, videogame e televisão), baixa condição socio-econômica e educacional e a herança genética. “Com o avanço das tecnologias, a criança passa muito tempo frente ao computador, televisão e videogame, todas atividades que não envolvem exercício físico, portanto sem queima calórica. Logo, essa inatividade é um elemento que contribui, e muito, para o ganho de peso”, salienta.
             De acordo com a Doutora, a obesidade infantil já é uma questão de saúde pública, já se tornou uma doença na qual o acúmulo de gordura no corpo, se concentra a ponto de prejudicar a saúde. As chances de uma criança obesa se tornar um adulto obeso e, consequentemente, desenvolver problemas de saúde, é de 80%.
              Um estudo já publicado acompanhou várias crianças até à idade adulta, e descreve que as crianças mais obesas têm duas vezes mais hipóteses de morrer prematuramente, antes de atingirem os 55 anos de idade. As crianças obesas podem estar expostas a riscos de saúde muito sérios e que as acompanham ao longo da vida. A obesidade infantil aciona vários problemas de saúde que afetam a esperança de vida do indivíduo. Quase uma em cada três crianças americanas apresenta excesso de peso. Esta é a razão pela qual Michelle Obama, a Primeira-dama, deu início a uma campanha contra a obesidade infantil.
           Como forma de alertar os pais, a diretora da Clínica Leve Flávia Felippe orienta que os mesmos indiquem as crianças a fazerem escolhas mais saudáveis nas cantinas das escolas, evitando frituras, refrigerantes e buscando como opção lanches naturais. “Além disso, as recomendações básicas são as que muitos já sabem: fracionar os alimentos, ou seja, não passar mais do que três horas sem ingerir comida; não pular o café da manhã, que é um hábito que vem se perdendo, porém essencial para o desenvolvimento da criança, já que traz energia para sua atividade diária; mastigar bem os alimentos, pois isso faz com que a digestão seja mais lenta e a absorção dos nutrientes mais eficaz; e tentar realizar algum tipo de atividade física que agrade. Criar hábitos de alimentação e de atividades diárias são essenciais para evitar essa doença. E o melhor: tudo pode ser criado e combinado de forma lúdica”, finaliza. 
            É vital assumir uma atitude ativa na luta contra a obesidade infantil. Todas as crianças devem praticar exercício físico com regularidade. Esta geração de crianças tende a ser preguiçosa e a preferir aparelhos eletrônicos à atividade física. A dieta também ocupa um papel fundamental. Uma dieta equilibrada começa em casa. Os pais devem fazer o esforço consciente de comer e servir alimentos mais saudáveis aos seus filhos. Nunca é tarde de mais para adotar um estilo de vida saudável. Não é necessariamente importante estar preocupado com os números na balança. É muito mais importante monitorizar o interior do corpo. É necessário verificar os níveis de açúcar e de colesterol, e mantê-los a normais. Não é difícil combater a obesidade infantil, só é necessária alguma determinação.
             As escolas devem cada vez mais investir na figura de um profissional de Educação Física que valorize a saúde de seus alunos, possam realizar trabalhos dentro de sua escola que visam a reduzir esse problema que tem afetado as escolas brasileiras.

Prof° Ms. Julio César Azevedo

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