A doença cardiovascular é a principal
causa de mortalidade em todo o mundo e os sinais de aterosclerose estão
presentes em todas as grandes artérias já na adolescência.
Um estudo longitudinal publicado no European Heart Journal demonstrou que
a prática de exercícios físicos regulares durante a adolescência pode
reduzir mais tarde na vida o risco de infarto do miocárdio. Outra
informação bastante relevante deste estudo é que os homens que estão
aptos fisicamente porém obesos na adolescência correm um maior risco de
ter um ataque cardíaco do que os homens magros com baixo condicionamento
aeróbico.
Os pesquisadores analisaram dados de
743.498 homens suecos que fizeram exame médico quando tinham 18 anos de
idade. O nível de aptidão física destes homens foi verificado através de
teste em cicloergômetro.
Estes homens foram acompanhados em média
durante 34 anos. Este acompanhamento foi realizado até que uma das
seguintes situações viesse primeiro; sofressem um ataque cardíaco,
morressem ou até que chegasse o dia 1º de Janeiro de 2011.
O estudo mostrou que ser fisicamente
apto em sua adolescência reduz o risco de um ataque cardíaco na vida
adulta. Os homens com um alto condicionamento aeróbico mas com sobrepeso
ou obesidade também correm um risco significativamente maior de sofrer
um infarto do que os homens magros inaptos.
Os pesquisadores relatam que o fato de
estar fisicamente apto no final de sua adolescência pode reduzir o risco
de ataque cardíaco, porém a aptidão física sozinha parece não reduzir
totalmente os riscos dos sujeitos obesos ou com sobrepeso. Em outras
palavras, ser magro é mais importante do que ser apto fisicamente. Porém
é ainda melhor ser fisicamente ativo sendo magro ou com o peso normal.
O estudo mostrou ainda que a cada
aumento de 15% na aptidão física reduz-se em 18% o risco de sofrer um
infarto do miocárdio aos 30 anos de idade. Os resultados também indicam
que bons níveis de aptidão física no final da adolescência reduz em 35% o
risco de se ter um ataque cardíaco prematuro.
Aqueles que mantém o peso
normal durante esta fase também tiveram um redução de 35% de risco de
ataque cardíaco.
Os pesquisadores alertam ainda que o
fato da doença cardiovascular representar um grande problema de saúde
pública, ações que incentivem a prática de exercícios físicos entre as
crianças e adolescentes e ações de combate ao sobrepeso e a obesidade
devem fazer parte das políticas públicas de saúde.
Enquanto isso no Brasil, contrata-se mais médicos sem pensar em políticas públicas de saúde preventivas realmente eficientes.
Fonte:
G. Hogstrom, A. Nordstrom, P. Nordstrom.
High aerobic fitness in late adolescence is associated with a reduced
risk of myocardial infarction later in life: a nationwide cohort study
in men. European Heart Journal, 2014; DOI: 10.1093/eurheartj/eht527
Nenhum comentário:
Postar um comentário