quinta-feira, 7 de junho de 2012

Publicado por: Prof° esp. Juliana Schulze Burti

ATIVIDADE FÍSICA NA GESTAÇÃO: pratique sem correr riscos


         Toda gestante já se questionou a respeito da importância da atividade física na gestação. Realmente, a grávida que se exercita consegue muitos benefícios físicos e emocionais, beneficiando não só a si mesma como também o bebê. Mas é importante saber que os exercícios devem ser muito bem prescritos e orientados. Durante a gestação existem algumas restrições em relação aos exercícios que devem ser respeitadas para evitar problemas de saúde. Nesse artigo estão alguns tópicos importantes que podem esclarecer as futuras mamães sobre o que acontece no organismo delas e do bebê durante a prática de exercícios na gestação.

LEMBRE-SE: NÃO FAÇA EXERCÍCIOS SEM O AVAL DE SEU GINECOLOGISTA/OBSTETRA !!!

O que acontece no organismo da gestante e do bebê durante os exercícios?

SANGUE E CORAÇÃO: Durante a gestação ocorre aumento da freqüência cardíaca (número de batidas que o coração dá por minuto), aumento do volume de sangue que é bombeado para o corpo e aumento entre 40 – 50% no volume total de sangue circulante. Para agüentar essa “carga” toda, os vasos sangüíneos ficam mais maleáveis, o que muitas vezes faz com que algumas gestantes fiquem com pressão arterial mais baixa.
O feto precisa de oxigênio para manter seu desenvolvimento normal, e esse oxigênio vem da mãe. Será que o exercício, ao exigir sangue e oxigênio para os músculos pode afetar o bebê? Através de pesquisas em animais descobriu-se que até uma intensidade moderada, o exercício não afeta a oxigenação do bebê, isso porque, apesar do exercício causar redução do fluxo de sangue para o útero, ele também provoca uma reação que faz  com que o sangue materno consiga carregar mais oxigênio, compensando o fluxo diminuído.
Uma das maneiras mais práticas de avaliar a intensidade do exercício é a contagem da freqüência cardíaca durante o exercício. Para o exercício ser seguro durante a gestação recomenda-se que as grávidas não ultrapassem os 140 batimentos por minuto.
Outro aspecto importante é a postura, porque dependendo da posição que a grávida está,  o útero pode comprimir vasos importantes e diminuir o retorno do sangue para o coração, o que pode causar até desmaios, pela queda da pressão arterial. Isso costuma ocorrer no terceiro trimestre, quando o útero já está maior, em situações que a grávida fica muito tempo deitada de barriga para cima, comprimindo uma veia muito importante, que é a veia cava. Por isso quando fizer exercícios no solo, tipo yoga ou ginástica localizada, a grávida deve evitar ficar muito tempo deitada dessa maneira. Se ocorrer algum mal-estar, o melhor a fazer é deitar-se sob o lado esquerdo do corpo até a pressão arterial voltar ao normal. Deve-se evitar também ficar muito tempo em pé, porque essa postura por tempo prolongado dificulta o retorno venoso.

TEMPERATURA:  todo exercício aumenta a temperatura corporal. Esse efeito deve ser muito bem avaliado, porque temperaturas muito elevadas podem ser teratogênicas, ou seja, podem causar problemas de formação no feto, principalmente no primeiro trimestre. Pesquisas em animais mostram que exposição a temperaturas acima de 39o C no início da gestação são muito nocivas e causam defeitos na formação do sistema nervoso.Por isso recomenda-se que a gestante não faça atividades extenuantes por mais do que 15 minutos. O corpo tem um mecanismo de regulagem da temperatura. No início do exercício ela sobe e depois o corpo começa a perder calor através do suor para se auto-regular.Logicamente precisa haver uma intensidade de exercício adequada para que isso ocorra, e caso o exercício seja muito intenso por um período prolongado, a temperatura pode subir demais. Quanto mais condicionada é a pessoa, menos sua temperatura sobe, por isso a prescrição de exercícios deve ser individualizada.
Outra dica importante é usar roupas que permitam ventilação adequada, evitar fazer exercício em lugares abafados ou com sol forte, além de manter uma hidratação adequada.
ALERTA - veja aqui os sintomas precoces de problemas pelo calor : náuseas, cefaléia, tontura, perda de coordenação e apatia.

ARTICULAÇÕES  E ESTABILIDADE: as alterações hormonais durante a gestação deixam ligamentos e músculos mais frouxos. Somado a isso ainda há um aumento no peso corporal, e uma alteração postural importante, deslocando o corpo da gestante para frente conforme o útero cresce. É muito comum que durante a gestação a mulher sinta dores osteomusculares e falta de equilíbrio, em decorrência dos ajustes que ela tem que fazer na postura para se adaptar ao novo corpo. Cada gestante, dependendo da postura que adotava antes da gravidez vai se adaptar de uma maneira, por isso os exercícios devem ser também individualizados, tentando equilibrar os músculos.
CUIDADO: os alongamentos são muito bons e muitas vezes aliviam bastante as dores, mas se deve tomar cuidado para não exagerar, porque como as articulações estão mais frouxas, fica mais fácil provocar lesões.
Exercícios com peso também devem ser feitos com cautela, observando muito bem a postura ao executá-los.

Contra-indicações absolutas

Existem algumas situações em que fazer exercício é prejudicial à mãe e ao bebê, portanto está PROIBIDO:
•    Doença cardíaca
•    Tromboflebite
•    Embolia pulmonar recente
•    Doença infecciosa aguda
•    Risco de parto prematuro, gestações múltiplas
•    Hemorragia uterina, bolsa rota
•    Crescimento uterino retardado ou macrossomia
•    Doença hipertensiva grave
•    Gestante sem assistência pré-natal
•    Suspeita de sofrimento fetal

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